Então havia um muro
aparentemente forte,
aparentemente firme,
aparentemente.
E havia esse costume:
todos que passavam
davam-lhe uma pancada.
Às vezes fortes,
às vezes fracas.
Mas sempre,
ao menos uma
pancada.
Ninguém se preocupava com
infiltrações,
tempo,
ou possíveis rachaduras.
Apenas batiam,
batiam
e batiam.
Sem mais
nem menos
ele caiu.
Felizmente ninguém se feriu.
E no lugar de poeira,
exalou uma espessa fumaça de cigarro.
Todos dizem que eu fumo demais.
Culpo a meia dúzia de arrependimentos
que tenho na vida.
Meia dúzia que,
qualitativamente,
valem mais que doze,
ou até
vinte e quatro.
O problema de verdade está no concreto
e na infância.
Faltou cimento.